segunda-feira, 15 de outubro de 2018

LCM 3 1/35 Revell/Italeri

O kit requentado para o aniversário do dia D feito com técnicas de sombra no aerógrafo para quem já está sabendo lidar bem com a ferramenta 






























Datas são sempre bons pretextos para novos lançamentos. Uma data mais do que explorada é sempre os aniversários do Dia-D. Para quem está por fora, Dia-D foi a maior operação militar da história, quando forças aliadas desembarcaram em massa nas praias do norte da França, dando o inicio ao fim da Segunda Guerra na Europa. 
Em 2014, quando a data completou 70 anos, as marcas se esforçaram para lançar suas edições especiais, encabeçados principalmente por uma série de kits da Revell. A marca alemã, sinônimo de plastimodelismo, e que vê hoje seu futuro escondido sobre as brumas da incerteza de uma crise interna e venda de seus ativos, aproveitou bem a data, e um dos seus lançamento foi esse que iremos falar, na verdade “re-re-Lançamento”: O LCM 3 1/35  
O kit foi originalmente lançado pela Italeri em 2004, quando a marca italiana passava por uma repaginada, e mostrava ao mundo uma série de novos kits dotados de uma qualidade notoriamente superior a qual a marca carregava até então à época. O kit foi muito bem recebido por publico e critica, e de fato, o modelo possui alguns predicados dos quais irei comentar mais à frente. 
Nesses acordos bagunçados de distribuição e empréstimo de molde, onde marcas diferentes negociam o mesmo modelo e da qual quase sempre a Revell está no meio, o kit passou a figurar no catálogo da revell ainda em 2008. Mas a revell apenas o distribui, sua injeção continuou a cargo da Italeri. E com um adendo. 
No pacote vendido a Revell, a italeri incluiu um pequeno jeep 1/35 com a caçamba. Kit bem antigo, de 1977, laçado em conjuto pela Revell e Italeri, que se chamava Italaerei ainda.  
Em 2014, a revell então “re-re-lançou” o modelo, agora com uma caixa temática comemorativa, com artes usadas também em outros modelos de série especial, mas que de diferente mesmo apenas a caixa, mantendo as versões de decall e etc. 
UNBOXING: avaliando os modelos. 

Desde o início nota-se tratar de dois modelos de eras diferentes no mesmo pacote. A caixa enorme e meio molenga abriga de forma confortável as arvores dos modelos distintos, um manual preto e branco bastante objetivo e resumido, mesmo com seu tamanho avantajado, e uma bela folha de decal com duas versões de lanchas, e duas de jeep: Uma américana e uma inglesa, respectivamente.  
jeep apresentado num plástico verde antigo, mostra-se datado, um modelo envelhecido, com bastante rebarbas e marcas de injeção e extração impensadas, aparentes nos lugares mais inconvenientes, mas que ainda dentem seu charme, exibindo bastante riqueza de detalhes e uma boa arquitetura para época. 
Já a lancha é um modelo de aparência moderna, plástico claro de consistência mais macia, riqueza nos detalhes como soldas e rebites delicados, e uma quantidade não exagerada de peças, por se tratar de um modelo grande, quase 45 cm de comprimento. 

Montagem: 

Apesar do gap entre as idades de um modelo e do outro, a fluidez e eficiência de ambos se deu de forma satisfatória.  
O Jeep, apesar dos seus 42 anos, foi um modelo melhor do que sua idade aparentava. Sua montagem tem uns percalços sim, como as marcas de injeção e extração do molde, algumas demandando uma funilaria mais chatinha de realizar, mas mesmo assim, o modelo funciona muito bem. Bem coerente ele estar no mercado ainda, ele não é um show de modelismo moderno, mas apresenta tudo aquilo que queremos ver e precisamos ter em um modelo de jeep na escala 1/35. Talvez suas figuras demandem uma modernização, já que a escultura delas está bastante abaixo do que se tem por . 
Acreditem, achei a arquitetura e a mantagem do jeep mais moderna e eficiente do que a da lancha, apesar dos 30 anos de diferença entre eles. A LCM 3 da italeri é um bom kit. Bom apenas. Ele também está repleto de marcas de injeção e algumas marcas de extração do molde posicionadas de forma inconveniente, e apesar da montagem ser eficiente, sem a necessidade de correções nem nada, a medida que o modelo vai tomando forma, vai notando-se a pobreza nos detalhes. Como no caso das laterais do barco, do qual a Italeri projetou paredes quase lisas, com poucas linhas de solda e quase nenhum detalhe, enquanto o barco era dotado de várias linhas de solda de tamanho variados, chapas onduladas sobrepostas, maltratadas pela pressão da água. 
Mas, contudo, o combinação fica interessante. O pacote satisfaz, vale o esforço do modelista em retratar essa parte importante a da história, e a pobreza dos detalhes acaba sendo um convite para o modelista criar e ousar para chegar até onde o kit não foi. 

Modulação e efeitos de chapa utilizando apenas uma cor.  

Para alcançar os efeitos das placas e da deformação causada pela pressão da água, me utilizei de uma técnica avançada de aerografia que irei compartilhar com vocês. Faz parte das técnicas ensinadas no curso de plastimodelismo por mim ministradas, e eu a chamo de “Modulação monocromática” 
Existem por ai dezenas de técnicas de modulação, incluindo pré-shadding, que é a preparação da pintura posterior a aplicação de linhas negras sobre as junções das placas do modelo, existe o shadding, agora conhecido como pós-shadding, que consiste em modular as cores a partir de alterações feitas na cor original, ou seja, você pega a cor da qual utilizou para pintar determinado modelo, acrescentar branco, amarelo ou qualquer cor mais clara no intuito de criar uma nova cor desbotada. 
Já a modulação monocromática consiste em utilizar apenas a cor escolhida para o modelo, e aplicar de forma irregular e controlada, trabalhando com a clareza do primer de fundo.  
Essa técnica tem uma premissa mais simples que as anteriores, já que não é necessário formular nenhuma cor nova nem alterar a ancoragem da pintura através de linhas escuras.  Porem, tal técnica é considerada avançada pois demanda total controle do aerografista em relação a quantidade de tinta saturada sobre o modelo e os lugares onde essa pintura deve ficar mais forte ou mais clara. 
Um aerógrafo dotado de uma tinta devidamente diluído e pressão adequada, consegue trabalhar de duas formas distintas. Mantendo uma distancia dentre 2 a 5 cm do modelo e abrindo entre 2/4 e ¾  do curso da agulha, é possível fazer uma cobertura suave, delicada, gradiente sobre o fundo. Ao aproximar o aerógrafo do modelo, a menos de 1 cm, abrindo pequenas frações da agulha do aerógrafo, o jato do aerógrafo passa a ser traçado, duro, quase como de uma caneta. 
Com essas duas formas distintas de trabalhar com mesmo aerógrafo, mesma diluição, mesma pressão e mesma tinta, você terá não uma, mas uma escala quase infinitas de cores para aplicar sobre o modelo, controlando de forma mais ou menos contundente, onde você quer que haja mais tinta escurecendo bem a pintura e a tornando sombreada, ou onde você quer que ela fique leve e desbotada, aparentando desgastes ou reflexos de luz. 
Com isso, se você tiver pleno controle da capacidade de seu aerógrafo e tiver mão e vistas bem treinadas, o leque de possibilidade para efeitos na pintura se torna gingante, sem precisar recorrer de muitas tintas, materiais ou técnicas diferentes. Além disso, a pintura se torna mais fácil, rápido e prática. 
Treine bem está técnica, pode te economizar tempo e dinheiro, além de te levar a um novo patamar de aerografia 
Fico por aqui. Até a próxima! 









































Um comentário:

Cardoso A. disse...

Parabéns pelo trabalho de pintura. O diferencial é nítido.