O pequeno e simples modelo mostra o que esperar dos novos modelos da clássica AirFix.
A marca que nasceu em 1939, fabricando e vendendo brinquedos, introduziu os plásticos injetáveis na linha de montagem por volta de 1947. Alguns a consideram como a primeira marca a vender um “kit”, assim como os reconhecemos hoje, isso porque em 1949, a marca fabricou um pequeno modelo de trator em plástico, e para baixar os custos de produção, esse modelo era vendido desmontado.
Airfix é sinônimo de plastimodelismo da Inglaterra. O nome transcende a marca, já que la você monta um “kit airfix” de um avião, mesmo se ele não for um airfix. A marca se pautou pela tradição de seus kits, nos anos 60 e 70 eram o que havia de mais moderno a disposição. Mas já nos anos 80 sentia o sinal dos tempos, e os concorrentes nadavam de braçada a sua frente. A marca passou por apuros financeiros, junto com sua proprietária, a Humbrol, devido a concorrência voraz e um numero cada vez menor de praticantes de plastimodelismo. Sem lançar novidade, a marca adentrou o século novo com uma péssima reputação de seus kits e um enorme rombo no banco.
Mas isso mudou. Em 2006, a marca foi vendida para a Hornby, que reprojetou toda a empresa, desde a sede da fabrica, passando pela revisão de seus produtos, que é o que nos importa de fato!
Sem se desvencilhar das tradições, que ainda direcionam os lançamentos da marca, a Airfix foi repaginada para entrar no século XXI e voltar a surfar no modelismo, muito diferente daquele dos anos 60. A marca tem alcançado a excelência dos modelos, chegando muito perto da qualidade de concorrentes de peso, e algumas vezes superando essa qualidade.
Particularmente não havia tido chance de experimentar essa nova era da Airfix, ainda com um pouco de ranço do que já passei na mão deles, mas de boa vontade pelo comentários que ouço dos novos kits, fui escalado para experimentar essa geração nova de Airfixs.
Unboxing- As primeiras impressões.
As novas caixas são bonitas e coloridas, chamativas e muito bem impressas. Ao abri-la, as boas surpresas começam. O kit cativa ao olhar. Peças muito bem injetadas, scribers delicados, porem bem marcados. Muitos detalhes, rebites, rebaixos e ressaltos.
O manual a primeira vista parece ser muito bom, com uma ótima carta de pintura colorida no final. Mas ao decorrer da montagem, ele apresentou pequenas falhas, como a falta de indicação da pintura de partes internas.
O kit apresenta duas opções de montagem, e com isso traz hélices, trem de pouso e outros detalhes a serem escolhidos durante a montagem. Além disso, o kit vem com peças bem detalhadas e delicadas para o interior e para o motor.
O plastico parece muito com o tradicional plastico usando pela marca. Um pouco mole, mas bom para trabalhar, fácil de lixar e de remover as bem definidas marcas de injeção. As marcas eu achei que estavam marcadas demais, grandes demais para um kit novo, mas isso não se configura em um problema muito grande. Só é preciso tomar cuidado com solventes muito forte no uso com esse plástico, ele é um material delicado e pode apresentar danos ao contato exagerado com thinner, por exemplo.
A folha de decal é muito bem impressa, bem colorida e bem definida. Até os menores stancils são legíveis.
Montagem.

Já nos primeiros manuseios com tinta, o plastico demonstrou aquilo que era temido: O plastico apresenta uma certa fragilidade para thinner, habito comum entre nós brasileiros o uso de tintas a base de thinner, então merece ser usado com cautela.

Os frames da transparência, na minha opinião, saíram um pouco grande e fora de escala, mas no final funcionam bem para o mascaramento da pintura. Então, não foram de todo mal. Mas importante frisar que ao final do modelo, o encaixe das transparências (um momento crítico da montagem), as peças funcionaram super bem.

No final da construção, senti duas dificuldades mas que não afetaram meu parecer ao kit. A primeira dificuldade foi as furações para os estais das asas. O kit já vem pré furado para a instalação de estais, porem não vem com todos os furos. Isso pode confundir um modelista incauto que queira se aventurar a fazer os difíceis estais do modelo. Outra dificuldade que encontrei foi instalar a segunda asa do modelo, o alinhamento dos suportes da segunda asa não são totalmente exatos, dificultando o encaixe.

Roteiro de montagem.
Como em todo avião, foi feito primeiro o interior do avião. Devidamente pintado de verde “Interior green RAF”, com detalhes em aluminio, foi feito um drybrush com cores metalicas, washed com tinta óleo, e o acabamento com verniz fosco Dullcote Testors.


Para hélice foi utilizado a técnica do óleo sobre o acrilico, para simular as nervuras e camadas da madeira.
Foi somado a pintura algumas sombras com a tinta “Smoke” da tamiya. O Washed feito com tinta óleo. O kit foi selado com verniz Testors Dullcote fosco, e após a secagem do verniz, foi somado alguns descascado nas partes metálicas do avião, utilizando lápis, comum 2b de grafite nas partes claras, e de ceira colorido Prata nas partes escuras.
Os estais foram feitos com o método tradicional, esquentando e esticando pedaços de sprue (o plastico que sobra do kit.)

Considerações finais.
O kit me convenceu: A airfix entrou no século XXI.
Não é o melhor kit que eu montei, nem mesmo o melhor kit 1/72 que eu já montei, mas além de ele estar muito muito longe do que eram os kits 1/72 da marca a duas décadas atras, o kit é realmente bom, bem feito, competitivo no mercado e divertido na bancada. Tudo funciona, todo o kit, da caixa ao decal, tem qualidade. A engenharia é excelente, encaixes precisos sem por em risco os detalhes do modelo.

Um pouco sobre o Avião:
O Gloster Gladiator ocupa um importante lugar dentro da história da RAF (Força aerea Real inglesa). Entrou em serviço em 1936, poucos anos antes do Hawker Hurricane e do Supermarine Spitfire, o Gladiator combinou aspectos do passado com novas tecnologias da época. Foi o primeiro caça da RAF a ter a carlinga totalmente fechada, contudo o Galdiator ainda era um caça biplano de trem de pouso fixo, como os caças da primeira guerra. Era rápido para um biplano, com uma velocidade máxima de 413 km/h (223 milhas náuticas/hora), mas já era lento demais para as novas gerações de caças monoplano que entraram em serviço poucos anos depois. Mas mesmo sendo o ultimo caça biplano da RAF, ele teve um uso extenso e indiscriminado por toda a segunda guerra mundial. Ele foi visto em serviço
na batlha do canal, na França, na Belgica e na Noruega, e foi largamente utilizado em ação durante os conflitos no norte da Africa. Lá ele foi plenamente aproveitado de sua alta manobrabilidade, sendo um avião muito abiu para combater seu avião inimigo similar, o italiano CR42 Falco. Apenas quando o Gladiator começou a se deparar com o já muito superior caça alemão BF 109, ele foi obrigado a ser redirecionado e forçado a sair das linhas de frente.
O Gladiator também teve seu uso em outras forças aéreas estrangeiras além da RAF, como na força aérea Finlandesa, que usou o equipamento com Skis (assim como o montado na matéria) contra as forças invasoras russas. O avião também teve um papel importante no treinamento, formação e surgimento de pilotos importantes da RAF. O ás do Gladiator mais famoso foi o Pat Pattle, com 15 vitórias confirmadas voando um Gladiator.
