quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Projeto Quimera! Versão 2015
Mais um projeto finalizado, ou melhor, refeito. O projeto "quimera", um Hs-129b transformado num carro de corrida pós apocalíptico, com motor de F-1 honda, peças de p-51, rodas de caminhões alemães e russos, e muito scracht. Agora ele ganhou a sujeira, uma base, e uma figura, tão frankstein quando o carro. Curta as fotos!!!
terça-feira, 25 de agosto de 2015
O mito do pré-shadding
Certa vez, dando aula
de plastimodelismo, ensinava o aluno a pintar seu avião, erá a sua
primeira pintura com aerógrafo, primeira pintura usando duco, estava
ficando bem bonito, mas alguma coisa incomodava ele... quando a
pintura estava quase pronta, estávamos quase prontos para começar a
fazer os efeitos, e ele não se conteve:
- Quando vamos fazer o tal de pré-shadding?
- Não vamos fazer pré-shadding- Respondi- Não faz parte do meu curso. Meu curso ensina os modelistas a fazer da forma antiga, tradicional, uma série de efeitos e filtros para tratarmos as cores, mas sem pre-shadding.
O aluno me fez uma
carinha de cachorro sem dono – Pensei que ia aprender... vejo todo
mundo fazendo...
A verdade é que ele
nem sabia direito o que era, nem pra que servia, mas queria fazer.
Com o andamento da montagem eu justifiquei o não uso da técnica e
fui muito além nas técnicas de tratamento de cores, ele não só
entendeu, como se manteve no hobby sem a pratica do pre-shadding, e
hoje é o que eu considero um modelista bem sucedido, com trabalhos
solos premiados, pinturas lindíssimas e tudo mais.
Pré-shadding é a
técnica do momento. É só abrir um fórum qualquer de modelismo e
logo você acha alguém riscando o modelo de preto antes da pintura.
Muita gente faz isso mecanicamente, sem intender muito bem o porque,
sem nunca ter ouvido falar no termo “ancoragem de cores”, e
também sem muito alternativa para aquilo... parece até uma
epidemia, vê-se a técnica aplicada em tudo, já vi até em
figuras...
Não, não sou contra
o pré-shadding. Não acho que você que pratique essa técnica
esteja errado, e já ensinei algumas vezes para algumas pessoas que
me pediram e me pagaram para ensinar o pré-shadding para eles, mas
sempre que me é permitido, eu ofereço – Eu te ensino, mas eu
conheço uma técnica melhor, quer aprender?
Essa minha má vontade
com a técnica é derivada da má vontade que um dos meus mestres
tinha com ela. Vou contar minha experiência...
Numa época
pré-facebook ainda, quando eu engatinhava no mundo das técnicas
avançadas do plasti, me deparei pela primeira vez, em uma revista
europeia, um passo a passo incrível de uma técnica de pré-shadding.
Confesso que na hora achei aquilo um máximo. Na mesma época, eu
estava com dificuldade em aplicar tudo aquilo que estava aprendendo
de shadding, filtros, ponto de fuga, ancoragens de cores, filtros no
aerógrafo, filtros no drybrush, uso de clears, uso de mediuns,
escala de cores, controle de aerógrafo e etc... Quando vi aqueles
tracinhos pretos delicados sobre uma superfície pintada de primer
clarinho, por um momento eu achei que todos os meus problemas estavam
resolvidos...
Corri todo animado,
com a revista debaixo do braço, para mostrar a “novidade” para
meu mestre, quando de canto de olho, ele diz: “isso é um atalho
pra montar mais rápido. Mas não fica bom. Fica feio. Já te ensinei
os outros métodos, esquece esse do pré que não fica legal...” O
sermão continuou por mais alguns minutos, o suficiente para eu
sentir aquela sensação estranha, igual quando descobri que o papai
noel não existia... Meus problemas não estavam todos resolvidos.
Mas é essa a função
de nossos mestres. Prover o crescimento do aluno significa as vezes
cortar um pouco as asas, deixar alguém pegar o caminho mais longo
porque nem sempre o atalho é bom. O que ele fez comigo, é mais ou
menos o que eu faço com meus alunos hoje. Mas do mesmo jeito que eu
cresci e agradeço por ter passado por isso, meus alunos crescem e me
agradecem por terem passado por isso também. Num evento de plasti
que eu fui, um aluno me chama para me mostrar um modelo e aponta –
O cara monta super bem, mas dá pra ver todo o pré-shadding do cara.
O seu jeito é melhor mesmo! (meu jeito coisa nenhuma, aprendi assim,
e ensino assim)
Ainda jovem no
modelismo, conversando com um amigo de enorme bagagem no hobby,
alguém que tem de tempo no hobby o mesmo que eu tenho de vida, o
assunto pré-shadding apareceu, e esse meu amigo era mais um dos não
adeptos da técnica. Mas através dele, eu conheci a história do
pré-shadding, porquê ele ficou tão popular, e depois dando uma
pesquisada, vi que tudo aquilo que ele dizia fazia muito sentido.
O pré-shadding é uma
coisa muito antiga no mundo da arte. Trata-se de uma modificação
na ancoragem das cores sobre uma superfície, ou seja, o
comportamento que determinada cor tem relativo ao tipo, cor e textura
da superfície a ser aplicada. Se você não sabe o que é ancoragem
de cor, é porque provavelmente nunca teve que pintar uma parede de
branco, e como é chato isso. É mais um entre tantos os recursos
usados nas pinturas artísticas em geral. Essa forma de aplicar sobre
as linhas de superfície e sobre bordas de um kit nasceu pela
necessidade. Modelistas super capazes e experientes eram contratado
por editoras para escrever em revistas de modelismo, dando suas
impressões sobre a montagem do modelo, com fotos da montagem e do
modelo pronto. Tudo muito bonito, só com um porem... Prazo. Um
modelista tinha que montar, pintar, fotografar e escrever a matéria
sobre o kit em dias, para que a matéria saísse a tempo da edição
da revista. Todos nós modelistas sabemos que montar um kit em um mês
, as vezes já não é algo tão fácil, e ainda fotografar e
escrever fica mais complicado ainda, isso se o modelista escritor não
tivesse de entregar mais de uma matéria por mês, ou pior,
trabalhasse em mais de uma publicação, duplicando suas
atribuições... Já passei por isso, não é mole não. Na verdade,
como modelista profissional, convivo com a palavra “prazo” todos
os dias, e as vezes a pressão interfere demais, e de forma negativa,
na nossa “inspiração artística”.
Então a técnica do
pré-shadding nasceu dessa necessidade de achar atalhos na montagem
para se terminar um modelo a tempo da próxima edição da revista.
Não quer dizer que o modelista da revista usasse o pré-shadding nos
seus modelos para um competição por exemplo.
Continuei minha vida
modelística sem o uso da técnica. (pelo menos não esse uso
indiscriminado dela) E acabei descobrindo outras mais avançadas,
outras mais simples, outras completamente artísticas, outras
absolutamente técnicas... Mas ensiná-las eu já deixo para próximas
postagens minhas, ou então você me procura para o curso, e eu te
ensinarei porque dizer não ao pré-shadding.
Mas se você é um
adepto, e gosta do resultado, continue usando. Não existe apenas um
jeito de fazer as coisas, e o mais importante é você estar se
divertindo, e gostando do resultado do seu trabalho, mesmo porque o
resultado final de um pré-shadding bem feito fica bom sim, e é uma
técnica simples, fácil de aprender, e bastante prática. Mas deixo
aqui um link de uma demonstração que eu fiz para uns amigos no
whastapp como fazer shadding de cores somente no aerografo, usando
para pintar o modelo apenas uma cor, um aerógrafo, uma pressão e
uma diluição.
Duvidas, críticas ou
sugestões, escreva para mim no budiv8@bol.com.br
ou no facebook.com/blogdochiquito
Boa montagem a
todos!!!
link do video:
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