Você esta começando
no hobby e está louco para partir para aerografia, mas os
equipamentos são meio caros, existe muito opções e você está
completamente perdido no que vai escolher. Então vou te ensinar o
que procurar em m aerografo e compressor para te ajudar nessa decisão
Começando pelo
compressor. Compressor costuma ser a parte mais cara do conjnto, pelo
menos hoje é assim. Existe algumas marcas que fazem compressores
específicos para aerografia, para usos internos, silenciosos e etc.
O que você tem que procurar em um compressor são os seguintes
aspectos:
Pressão e fluxo
contínuo: O aerografo não demanda grandes pressões. Bons
aerografos para modelismo trabalham entre 5 e 25 psi, por isso o
compressor pode ser pequeno. Mas é fundamental e indispensável que o
compressor tenha uma saída de ar de fluxo continuo. Ou seja, ele
precisa ter algum dispositivo que represe o ar que sai pulsante do diafragma e libere de forma continua e gradual, de preferência com
ajuste nessa pressão de saída, dispositivos como filtros,
reservatório, câmaras de expansão e etc fazem esse serviço. Uso
de mangueiras muito muito longas podem sanar esse problema (estou
falando de mais de 20m de mangueira)
Barulho: Geralmente
nosso hobby é algo caseiro, e um compressor muito grande e
barulhento pode incomodar quem está a nossa volta e a nós mesmo,
além de correr por aí pela sala.
Atento a esses
detalhes, vou comentar sobre as opções de compressores mais
acessiveis no Brasil hoje, para te ajudar a escolher qual é o
compressor ideal para seu uso.
Compressor portátil
Wimpel: como o próprio nome já diz, é um compressor portátil,
para viagens, ou para quem não tem uma oficina fixa ou nem muito
espaço para armazenamento. Ele é pequeno, de baixo ruido e muito
prático, mas não é um compressor definitivo. Ele possui limitações
em relação a pressão e fluxo, que pode ser essencial na hora de
trabalhar com tintas de pigmentação mais espeça como tintas
acrílicas a base de água. Recomendo como um “quebra-galho”, não
como um compresssor definitivo, mais o seu baixo custo compensa sua
compra ao invés de montar um compressor caseiro com inalador, por
exemplo, e pode ser uma boa ferramenta enquanto você guarda seu
dinheiro para comprar um compressor definitivo.
Compressores Sagyma
com e sem reservatório: O compressor sagyma é uma ótima opção
para a aerografia. Ele é compacto, seu barulho não é dos maiores,
totalmente suportável (seus vizinhos, nem quem estiver na sala ao
lado, irá reclamar do barulho), trabalha com uma gama boa de
pressão, possui filtro e fluxo continuo. Não recomendo adquirir o
modelo sem o reservatório. Não que ele seja ruim, mas o
reservatório é algo importante para um compressor, tanto para a
regulagem da pressão e do fluxo, quanto na vida útil e no
funcionamento do compressor em si. Então, se você esta pensando em
adquiri um sagyma sem reservatório, guarda um pouco mais do seu
dinheiro e compre o modelo com reservatório, vale a pena. Eles são
bastante duráveis, manutenção zero (só precisa ser drenado as
vezes, mais nada), uma ótima opção para um compressor de
aerografia definitivo.
Compressores de motor
de geladeira: Não vou especificar uma marca desses compressores pois
existem algumas, nenhuma muito grande, quase sempre caseiras ou
microempresas, e todas fazem um compressor quase que igual um do
outro. Exite até esquemas na internet para você fazer um desses
você mesmo. São todos muito bons, absolutamente silenciosos e
eficientes. Demandam um pouquinho de manutenção, mas nada que
desanime. Esse é o modelo de compressor mais recomendável, e
geralmente o mais caro também, mas vale o investimento. Ele é tão
silencioso que você não sabe nem quando ele esta ligado ou não.
Visto as opções de
compressores, agora é hora de escolhermos um aerógrafo Hoje em dia
o mercado está inflado de aerógrafos a venda, principalmente os
aerógrafos chineses. Bons ou não, eles tiveram e tem uma função
importante para o hobby, que é a popularização do uso do
aerógrafo. Até o inicio dos anos 2000, ter um aerógrafo era coisa
muito cara. Contando minha experiência própria, meu primeiro
aerógrafo eu comprei de um amigo meu, ele havia usado bem pouco o
aerógrafo e me fez um preço super camarada, algo em torno de 500
reais. Hoje em dia há aerógrafos bons a venda por pouco mais de 100
reais, além do fato de que todos as marcas de aerógrafos tiveram
que rever o preço de seus produtos para baixo, para poderem competir
com os chineses.
Eu irei dar um resumo
de alguns aerógrafos de algumas marcas, os prós e contras, mas antes
disso, o que devemos procurar em um aerógrafo?
Agulha: o diâmetro da
ponta do aerógrafo é o que determina sua delicadeza e precisão.
Existem diversas agulhas, mas o que um modelista precisa de verdade é
um bom aerógrafo de agulha 0,3mm. Tendo um bom aerógrafo 0,3 você
não precisa ter outro equipamento, ele é o mais equilibrado em
termos de traços finos e leques grandes de pintura. Os outros
diâmetros de agulha serão apenas para trabalhos muito específicos.
Um aerógrafo 0,25 ou inferior você consegue fazer traços muito
finos, mas é um aerógrafo muito chato de se usar, pois eles entopem
muito, e fora pequenos traços e efeitos, o aerógrafo de agulho fina
é quase inútil para outras funções. Pintar uma carroceria, hull
ou fuselagem com um aerógrafo desse vira uma tarefa de intermináveis
horas, e o resultado será quase na certa uma pintura irregular. Já
um aerógrafo de agulha 0,4mm ou superior já serve para superfícies
maiores, como cascos de navio, ou modelos maiores. São mais úteis,
mas não são aerógrafos delicados, péssimo para efeitos ou
camuflagens. Outra dica: Não compre os modelos de aerógrafos que
possuem vários tipos de agulhas e pontas. Essas partes do aerógrafo
são muito delicadas, e o manuseio de ficar trocando bico e agulha
acabam danificado o aerógrafo. Essas peças do aerógrafo devem ser
removidas o mínimo possível, de preferência nunca, então fica a
minha dica. Opte sempre pelo mais simples.
Aerógrafo de gravidade
ou sucção: Para seu primeiro aerógrafo opte por um aerógrafo de
gravidade. Mas o que é isso? Aerógrafo de gravidade são aqueles
que o copo do aerógrafo fica voltado pra cima. Esse é o melhor
sistema de alimentação para um aerógrafo, deixa o aerógrafo mais
estável e delicado, obtêm aproveitamento total da tinta e evita
acidentes. Os aerógrafos com alimentação por sucção são os de
copinho pra baixo, a tinta entra no aerógrafo sugada por um canudo.
Esse tipo de alimentação só é desejável em aerógrafos de
agulhas maiores, já que a única vantagem desses aerógrafos é a
quantidade de tinta que eles carregam
Aerógrafo de gravidade
de copo central ou lateral: Nesse quesito, não exite melhor ou pior,
é uma questão de gosto e postura, fica por conta do modelista
escolher qual é o melhor para ele mesmo. Os aerógrafos de copo
central são mais equilibrados na mão, e evitam mais acidentes como
a queda do copo, mas podem incomodar modelistas com mãos maiores, ou
modelistas que gostam de por o aerógrafo na frente do rosto, como se
mirassem o aerógrafo, esse copinho fixo em cima atrapalha. O copinho
lateral deixa o aerógrafo desequilibrado e é mais propenso a
acidentes, mas pode ser mais confortável o uso, e deixa a visão da
ponta do aerógrafo livre. Os prós e contras se equilibram, eu mesmo
não faço distinção de um tipo para o outro. Fique atento na hora
da compra se o aerógrafo que está escolhendo tem os copos fixo ou
removíveis. Copos removíveis são mais práticos para limpeza, e
sempre existe a possibilidade de haver vários modelos de copos para
o mesmo aerógrafo. Para aerógrafos com copo lateral, os melhores são
aqueles que possuem trava anti queda, mas infelizmente nem todos o
possuem.
Trava de curso de
agulha: é aquela rosca que o aerógrafo possui na parte de trás do
corpo, na culatra dele. Essa rosca é muito importante,
principalmente para quem está começando na aerografia. Trata-se de
uma regulagem do aerógrafo da qual você limita a abertura da
agulha, ou seja, você determina o traço que deseja fazer com o
aerógrafo, ideal para camuflagens e pequenos traços. Dê
preferencia para modelos com essa trava.
Aerógrafo de ação
dupla ou simples: Nos aerógrafos de ação simples, o ar sai
continuamente do aerógrafo, e você só controla a abertura da
agulha da tinta. Em alguns casos é ao contrário, a abertura de
tinta é previamente setada, o botão do aerógrafo controla somente
a válvula de ar. Já um aerógrafo de ação dupla, o botão
acionador do aerógrafo possui dois movimentos para que haja o
controle simultâneo da abertura de ar e da agulha. Não recomendo
muito os aerógrafos de ação simples pois geralmente eles são
muito limitados, e sempre existe a possibilidade de transformar um
aerógrafo de ação dupla em ação simples para determinado
serviço.
Prestando atenção
nos itens acima, vou agora dar um resumo das boas opções que são
as mais comuns de esbarrarmos por ai numa loja de modelismo ou
ferramentas:
Sagyma / Torre Brasil /
western e outros: Acho importante começar por essas marcas
importadoras de aerógrafos da china, responsáveis por inchar nosso
mercado de aerógrafos. E vou juntar todas num comentário só pois a
sensação que eu tenho que todas embalam os mesmo aerógrafo, pelo
menos é o que eu senti quando usei e manuseei eles. Vou ser sincero e dar a minha opinião sobre esses aerógrafos Eles não são
as melhores opções de aerografia, exitem opções melhores, mas o
custo beneficio deles é imbatível, e o aerógrafo é bom sim.
Repito, os aerógrafos são bons, sinal verde para comprá-los!!!
Eles seguem o layout clássico dos aerógrafos japoneses, acredito
até que sejam copias de aerógrafos da marca Iwata. Seus preços são
imbatíveis, eles possuem comandos leves e longos, a válvula não é
muito delicada, mas os traços são muito bons. Quando eles são
novinhos e bem cuidados, não devem nada para ninguém, mas devido a
tolerância nas medidas na hora da fabricação, o aerógrafo acaba
se deteriorando mais rápido que os outros. De todos os aerógrafos
que tenho e já tive, foram os únicos que eu tive que aposentar por
desgaste, e eles são tão baratinhos, que não vale a pena comprar
um conjunto de agulhas e bicos novos. Outra coisa que me incomoda um
pouco nesses aerógrafos são as vedações, feitas de material de
baixa qualidade, acabam estragando aos primeiros contatos com thinner
ou outros diluentes mais fortes. Gosto muito do modelo com copinho
lateral, já que é um dos poucos que vem com trava anti queda. Evite
os modelos multi agulhas e os de agulhas muito finas pelos motivos já
citados.
Tamiya: a marca da
excelência no modelismo não iria nos decepcionar na hora de nos
fornecer um aerógrafo. É verdade que eles terceirizam a fabricação
dos aerógrafos, mas mesmo assim a qualidade do produto é muito
superior. Eles seguem o layout clássico dos aerógrafos japoneses
(óbvio), geralmente possuem o corpo mais alongado, repousando super
bem sobre a nossa mão, além de serem aerógrafos super calibrados e
equilibrados. Sua agulha é super precisa, mas algo que incomoda é a
válvula, que é muito justa, ela endurece com o tempo e é preciso
sempre fazer uma manutenção e lubrificação dela. Outro detalhe
importante é em relação a vedação do bico no aerógrafo. Apesar
de ser feita de borracha de qualidade, a vedação não aguenta muito
tempo o contato com diluentes muito forte. A vantagem é que esses
aerógrafos são tão precisos que é possível remover essas
vedações, a própria rosca acaba vedando ele de forma hermética.
Iwata: A marca antes
japonesa, agora americana, possui uma serie muito extensa de modelos
e finalidades de aerógrafos. É comum achá-los a venda na internet,
já que eles são muito abundantes nos EUA, e com cada vez mais
brasileiros indo para lá para compras, não é nada estranho que
apareça esses aerógrafos por aqui. A marca agora é americana, mas
ela ainda segue todo o layout e arquitetura dos aerógrafos
japoneses. As válvulas são muito parecidas com as da tamiya,
citadas anteriormente, mas não tão justas, deixando o botão
ligeiramente mais leve principalmente no comando da válvula de ar.
Badger: A marca
clássica de aerógrafos americanos, continua na ativa e com
excelentes produtos. A arquitetura dos aerógrafos é bem distinta
das demais em tudo, desde a media das mangueiras e conexões, até a
forma dos botões, atuadores e pivôs internos. Modelos clássico
como o 100 e o 150 são pequenos, compactos e precisos, com botões
leves e extremamente delicados e sensíveis. Possui um corpo leve e
curto em relação a outras marcas, e a geometria da agulha favorece
uma abertura maior do leque. Mas isso não é para todos os modelos,
a marca sustenta uma linha satisfatória de bons aerógrafos, de
layout e arquitetura variados, incluindo um curioso (e ótimo) modelo
de aerógrafo de alimentação mista (ele tem um copinho para
gravidade, mas girando ele no próprio eixo central do aerógrafo
para baixo, é possível engatar um copinho de sucção), possui uma
agulha de geometria que consegue desde traços fininhos, até
aberturas maiores para grandes trabalhos.
Paasche: Uma outra boa
marca americana, foca em aerógrafos maiores, para trabalhos grandes,
artesanatos, reparos automotivos e etc... O aerógrafo possui
comandos longos e leves, mas não é um aerógrafo muito preciso
devido a agulha grande. Isso falando dos modelos mais tradicionais da
marca, que já alguns anos vem desenvolvendo uma linha especifica
para modelistas com características muito semelhantes ao aerógrafos
japoneses.
Aztek Testors: Essa
outra marca americana desenvolveu um aerógrafo no intuito de
resolver todos os problemas e falhas que os aerógrafos possuem. Ele
é totalmente plastico, tornando-o extremamente leve. Seus comandos
são levíssimo, sua pegada e confortável e diferenciada. A
mangueira de ar entra pela culatra do aerógrafo, passando por traz
da mão. O sistema de agulha e bico é o único sistema
intercambiável confiável, sem risco de dano ao equipamento, e cada
função/finalidade de agulha é identificada por uma cor diferente.
É um dos únicos aerógrafos ambidestro que conheço, ou seja, o
copinho pode entrar pelas duas laterais do corpo do aerógrafo, além
de ele possuir uma gama de copinhos de gravidade e sucção. Ele
ainda tem um sistema inteligente de regulagem para ação simples na
parte traseira do aerógrafo Resumindo, muitos aparelhos em um só.
Mas nessa toada de resolver todos os problemas dos outros aerógrafos,
ele acabou gerando seus próprios problemas. Não é um aerógrafo
dos mais fáceis de lidar e usar. Seus sistema de agulhas entope
muito, e é de difícil limpeza. Qualquer manutenção que seja
necessário nele é mito difícil de ser feita (o fabricante nem
recomenda que seja aberto o corpo do aerógrafo). Eu gosto muito
desse aerógrafo, mas não recomendo para iniciantes.
Gatti: Para quem sempre
duvida e denigre os produtos nacionais, os aerógrafos da Gatti
deixam esses caídos de cara no chão, chorando copiosamente. A marca
fabrica um dos melhores aerógrafos do mundo, de qualidade superior,
precisão e robustez, coisa fina de verdade. O aerógrafo possui uma
arquitetura semelhante aos aerógrafos japoneses, mas com
peculiaridades e medidas próprias. O aerógrafo de corpo curto,
leve, copo lateral, sua agulha é bastante precisa, com traços bem
finos, mas que também abre um leque muito bom para trabalhos
maiores. O aerógrafo tem uma arquitetura interna muito robusta, com
peças grandes e fortes, é um aerógrafo que dificilmente entope, e
mesmo assim consegue manter um traço delicado. O que incomoda um
pouco é seu tamanho reduzido, a coroa do bico não ser inteiriça
como em modelos japoneses, e o duto de ar que passa em L na parte de
baixo do aerógrafo, pode interferir um pouco na pegada. As medidas
exclusivas para engates e roscas incomodam um pouco também.
Agora você já sabe
o que procurar num compressor e num aerógrafo, com um comentário
sobre as principais marcas disponíveis hoje. Agora é só começar a
pintar.